A destruição do passado - ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa existência pessoal às gerações passadas - é dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que outros esquecem, tornam-se mais importantes do que nunca no fim do milênio. Por esse motivo, porém, eles têm que ser mais do que simples cronistas, memorialistas e compliadores.
A era dos extremos, p. 13
Quando li esse trecho, lembrei imediatamente da discussão sobre porquê saber datas históricas. Se a própria história mudou, se perdeu muito de suas pretensões, por que ainda é importante conhecê-la? Já a idéia do presente contínuo da nossa época, é entendida de maneira menos antipática (e não como a eterna crítica que "os jovens de hoje perderam os valores" que toda geração faz as que lhe são posteriores) se levarmos em conta as discussões de Bauman - a falta de enraizamento e a eterna necessidade de se reconstruir, possibilitadas pela vida on line, dão ao sujeito a sensação de liberdade total sobre quem ele é. E, por consequencia, a ilusão de autonomia sobre o passado.
minha amiga culta, rs adoro ler seus posts, mas quase nunca respondo. Bom vc deve saber pq.
ResponderExcluirNão saberia nem por onde começar rsrs
Bobagem a tua ficar com esses pudores... De qualquer forma, é bom saber que você está lendo ;)
ResponderExcluirDemorei para conseguir chegar aqui. Post maravilhoso, juntando Bauman e Hobsbawm! Execelente!
ResponderExcluir