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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Outra decepção

Não tenho tido sorte na escolha dos meus últimos livros. O Vinte cartas a um amigo prometia ser bom. Primeiro porque cartas rendem livros interessantes, pelos dados biográficos e pela sinceridade. Depois porque sua autora, Svetlana Alliluyeva, era filha de Stálin. O livro prometia bastidores ótimos sobre o início do socialismo russo com uma pitada de dados biográfios exclusivos. Só que até a página 53 (onde meus esforços alcançaram) os dados biográficos são tão idiossincráticos que chegam a dar sono: as últimas horas ao lado do pai, Stálin dormindo num quarto com lareira, Stálin contemplando o jardim... Ela deixa claro que ela não tinha nada a ver com o Partido e que Stálin se afastou do convívio com a família; então, o que tem a falar é sobre o seu pai na intimidade. Quem sabe muitas páginas depois aparecessem as dificuldade do povo russo e as importantes mudanças políticas da época, mas acho improvável - a filha de Stálin deve ter sido poupada e o livro é biográfico no sentido mais restrito do termo.

4 comentários:

  1. Stalin foi um péssimo pai. Há uma série de fotos dele beijando a filha quando pequena, carregando-a nos braços_ todas essas fotos maquiadas nos olhos, para que o ditador não transparecesse nenhuma espécie de fraqueza; fotos bastante sinistras. Além de Svetlana, Stalin teve mais dois filhos; um suicidou num campo de prisioneiros, como bem está descrito em Insustentável Leveza do Ser, o outro morreu na miséria, vítima do alcoolismo. A Svetlana, se bem me lembro, teve dois casamentos e viveu sob a sombra opressiva da enorme indiferença dirigida pelo pai.

    Essa falta de calor e de informações intimistas sobre Stalin no diário dela, é bem sintomático dessa nulidade a que a indiferença do pai lançou os filhos.

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    1. Fiquei curiosa pelas fotos...

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    2. Uma delas é esta aqui (observe photoshop dos olhos):

      http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.anovademocracia.com.br/62/18d.jpg&imgrefurl=http://www.anovademocracia.com.br/component/content/2659%3Ftask%3Dview&usg=__SAv2DifLBwNLBOinSQCUeqoH_gc=&h=390&w=500&sz=98&hl=pt-BR&start=1&sig2=6p4-rfuXitkfiKYQSGzTbA&zoom=1&tbnid=tnZ_SYmmLdJsSM:&tbnh=101&tbnw=130&ei=rdHtT-_rLMrX0QH-4OmBDg&itbs=1

      Li a biografia de Stalin em dois volumes, escrita pelo Dimitri Volkogonov, e lá se vê essas coisas que mencionei.

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    3. Aliás, esse link que eu achei no google imagens compensa ler o blog para o qual é direcionado. É espantoso, mas trata-se de um jornal virtual que defende Stalin, Mao, e a revolução de outubro, como se seus escritores falassem de um túnel do tempo em que foi seccionado e jogado fora os últimos 80 anos. Dê uma olhada. O típico espaço em que não seria sinal de inteligência fazer um comentário, com risco de alguém bater à sua porta.

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