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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

...E o vento levou

Apesar de ter preconceito com filmes baseados em livros, com relação ao ...E o vento levou tive a reação contrária, de achar que o livro sujaria minha memória afetiva do filme. Eu, como quase todos da minha geração, entrei em contato com o filme quando criança, vi inúmeras vezes e o guardava na memória como uma das grandes produções que vi na minha vida. Achei que o livro não seria digno dessas lembranças e só resolvi arriscar quando a Luciana me garantiu que era uma leitura agradável. Sabia que, na sua época, o livro tinha legiões de fãs, por isso a super produção. Já havia lido que a escolha de Vivan Leigh foi polêmica, porque ela não tinha os famosos olhos verdes da Scarlett -o que explica os inúmeros vestidos e chapéus verdes que a personagem usa, porque com eles Scarlett ressaltava a cor dos seus olhos. Vivan Leigh só convenceu a multidão de fãs quando o filme estreou viram seu desempenho fantástico. Pior de tudo é saber que o galã Rhett, vivido por Clark Gable, era bafudo. Dizem que o hálito dele era tão ruim que Vivian Leigh chegava a passar mal depois das cenas de beijo. 

Não imagino que impacto o livro causava na época, quando ninguém conhecia de antemão o que aconteceria. Eu vi o livro tendo o filme como referência, e as imagens me voltavam a medida que eu lia. Como era de se esperar, o livro tem detalhes que explicam muito melhor a trama, se aprofunda nos personagens e tem uma ação mais lenta. Então, através de algumas informações, os fatos adquirem novas luzes, motivações e contextos mais elaborados do que a tela pôde mostrar. O filme se volta para o romance de Scarlett e Rhett, e os tornou um dos casais mais emblemáticos do cinema. O livro se concentra na vida de Scarlett; o narrador, embora onisciente, quase sempre fala das motivações e pontos de vista dela. Da maneira como a história é construída, não é tão certo que eles são feitos um para o outro. Rhett faz parte da vida movimentada de Scarlett, do mesmo modo que as famílias sulistas, a guerra, a luta pela sobrevivência e Tara. Outro grande mérito do livro é o de não duvidar da inteligência do leitor. Parece pouca coisa mas não é - um bom cinéfilo percebe rapidamente que o diretor Woody Alen, tido como tão cult, não resiste e sempre coloca alguém para dizer, com todas as palavras, as respostas que o filme se propôs a dar. Em ...E o vento levou, os indícios são fornecidos, mas a autora confia que o leitor perceberá o que está acontecendo. 

Leia a continuação aqui.

4 comentários:

  1. http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/cultura/e-o-vento-levou-de-volta/

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  2. Que susto, Charlles, achei que ia voltar em forma de filme. Não daria certo, nunca dá certo.

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  3. Peraí, eu percebi a ironia. A menção aos esquimós errantes do século XV foi para mim, claro!

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  4. O Farinatti tbm achou que foi pra ele. Vocês se decidam!

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