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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Visita frustrada a sebos

Não sei o que vocês acham, mas pra mim existem sebos e sebos. Alguns são tradicionais, de pessoas que conhecem e amam livros. Outros são mais um amontoados de papéis, de quem vê neles apenas mais um negócio. Você vai nesses sebos e eles não fazem a menor idéia de quem é o autor, se o livro é um clássico ou não. Uma vantagem disso estaria justamente na ignorância, na possibilidade de achar um livro valioso mal classificado. 

Estou tentando comprar Guerra e Paz. Nunca compro livros mas desta vez achei que merecia. Com a intenção de ler e doar pra Biblipote depois. Na Estante Virtual tem muitos, o que me fez pensar que seria fácil encontrar em sebos reais. Não foi. Não achei em nenhum dos quatro sebos que fui ontem. Nos sebos ruins tive que ouvir as perguntas: qual o assunto do livro? Tolstoi é estrangeiro? Até aí normal, ruim mas normal. O que me deixou frustrada foi que em dois deles as atendentes procuravam o livro apenas na estante das edições de bolso - uma da Martin Claret e outra da LP&M (que tinha os volumes 2 e 3, mas não tinha o 1). E as outras estantes? "Ah, se não tiver aqui é porque não tem". Teimosos, ainda fomos procurar nas estantes. Íamos até o T, para descobrir que a classificação dos livros na estante é pelo Nome e não pelo Sobrenome do autor. Ou seja, Tostoi estaria no L, de León...

***

Depois de publicar o post, visitei mais dois sebos. Em um deles, me ofereceram um Guerra e Paz da Companhia das Letras. Era uma versão reduzida, em um único volume que não deveria ter nem duzentas páginas. Pobre Totô!

8 comentários:

  1. A verdade é que os apaixonados por comprar livros acabam descrevendo os sebos como lugares idílicos e paradisíacos, com donos receptivos, vendedores cultpo, onde você pode tomar um café com Guimarães Rosa em uma tarde segunda-feira. Mas esses são apenas os bons. O resto é isso aí que você descreveu.

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  2. Eu acho que você tem razão parece que é cada vez mais difícil encontrar um vendedor que entenda daquilo que ele está vendendo. E quanto a má catalogação dos livros, eu já vi livrarias que eu não conseguia enxergar a menor ordem na disposição dos livros nas prateleiras e horrores ainda piores em algumas bibliotecas públicas. Absurdos como ver o citado Tolstoi na prateleira de literatura francesa!

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  3. Hahahaha! Juro que se não tivesse dado um antigo Guerra e Paz que eu tinha para pagar um livro sumido a meu amigo, lhe mandaria de presente.

    Uma vez uma funcionária de um sebo me tirou um Dom Quixote e me disse: "É o ultimo lançamento desse autor, e tá muito bom!"

    Ah...claro que ao escrever eu já estou rindo diante tamanha besteira da minha parte, mas pensei que muito valeria se você comprasse o Guerra e Paz formidável da Cosacnaify. Vale cada um de seus 198 reais_ procurando bem, acha-se ele com algum desconto por 150. É livro para a vida toda! (hahahahhahahahahah, que grande besteira a minha, hahahahhaha, sugerir a você que compre um livro por esse preço, hahahahah, desculpe...)

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  4. Esse lançamento de cem páginas foi um deslize da Companhia. Me lembra aquele programa do Monty Python que lhe disse, de resumir Proust em 10 segundos. Pobre Totô!

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  5. Pode rir à vontade, já foi uma tremenda concessão só a idéia de comprar um Guerra e Paz. Da minha mãe ouvi um estimulante "Mas pra que você inventou de ler Guerra e Paz???". Procurei tanto e passei tanto calor que desisti. Cansei dessa história de Guerra e Paz.

    (com 198 reais eu economizaria mais um pouquinho e encomendava um sapato de flamenco maravilhoso lá da Espanha)

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    1. Como artista plástica, imagino que você gostaria muito de um belo ensaio intitulado "Gritomudodomuro" (assim mesmo, tudo junto), publicado na Piauí desse mês (nº65). Fez-me pensar em você, ao ler.

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    2. Acabo de entrar no site e está com cadeado. Verei se compro a revista - fazia coleção e parei, porque não dava conta de lê-la e isso me frustrava.

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  6. Acho a maioria dos sebos de Curitiba um saco, dificilmente acho o que procuro, são cheios de best sellers.

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