Eu definiria a civilidade da seguinte maneira: é a atividade que protege as pessoas umas das outras e assim permite que elas tirem proveito da companhia umas das outras. Usar máscara é a essência da civilidade. As máscaras permitem a sociabilidade pura, separadas das circunstâncias do poder, do mal-estar e do sentimento privado daqueles que as usam. A civilidade tem como objetivo a proteção dos outros contra serem sobrecarregados por alguém. Se alguém fosse religioso e acreditasse que o impulso vital do homem é o mal, ou então se alguém tomasse Freud à sério e acreditasse que o impulso vital do homem é a guerra interior, então, o mascaramento do eu, a libertação dos outros de serem apanhados pela carga interior de alguém seria um bem evidente.
Richard Sennett/ O declínio do homem público: as tiranias da intimidade
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