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quinta-feira, 24 de março de 2011

Intelectual, Foucault

Sonho com o intelectual destruidor das evidências e das universalidades, que localiza e indica nas inércias e nas coações do presente os pontos fracos, as brechas, as linhas de força; que sem cessar se desloca, não sabe exatamente onde estará ou o que pensará amanhã, por estar muito atento ao presente; que contribui, no lugar de onde está, de passagem, a colocar a questão da revolução, se ela vale a pena e qual (quero dizer qual revolução e qual pena)

Foucault/ Microfísica do poder

3 comentários:

  1. Eu respeito muito o Foucault, tenho e li alguns livros dele, mas há algo nele que não condiz. Um excesso de erudição, um texto no melhor das vezes poético (como é o caso do maravilhoso "A História da Loucura"), e no pior das vezes hermético demais. Acho que foi o momento intelectual pelo qual passava a Europa, pois assim também o são Walter Benjamin e o Adorno.

    O Luiz, que aparece lá no meu blog, é um professor lá no Canadá, e tem o Foucault como objeto de estudo, gostando dele o tanto quanto eu gosto de Faulkner. Certa vez ele me esclareceu um ponto capital. Eu meio que passei a repudiar o Foucault depois de, numa palestra, ouvir que ele, quando descobrir estar com AIDS, inoculou o vírus em vários de seus amantes, propositadamente. O Luiz citou fontes e desmentiu a querela.

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  2. Eu não gostava de Foucault. Achei o Nascimento da Clínica chatíssimo, daqueles livros que são muito mais interessantes descritos por outras pessoas do que realmente lidos. Passei a gostar unicamente quando li Microfísica. Talvez só aí tenha entendido a sua teoria; ou só então me identifiquei com a tendência destruidora e mordaz que o animava.

    Lembro que você citou essa história de Foucault, acho que no Caminhante, e também achei horrível. Que bom que um especialista desmentiu.

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  3. Os historiadores tem uma relação de amor e ódio com Foucault. Eu não concordo com muitos aspectos do seu pensamento, sobretudo aos atropelos históricos. Mas, ao mesmo tempo, acho-o maravilhoso pelos insights e pela liberdade de pesnamento. Um pensamento brilhante.

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